Fale com o CPQD
30 de setembro de 2025

Produtores rurais do projeto Semear Digital em São Miguel Arcanjo avaliam conectividade móvel 5G

Experiência-piloto conduzida pelo Centro de Competência Embrapii-CPQD em Open RAN incluiu a implantação de rede privativa de quinta geração

Os pequenos produtores rurais e agricultores familiares associados ao projeto Semear Digital no Distrito Agrotecnológico (DAT) de São Miguel Arcanjo, no interior de São Paulo, tiveram a oportunidade de experimentar a conectividade móvel 5G em algumas aplicações inovadoras viabilizadas por essa tecnologia. A novidade fez parte de uma experiência-piloto conduzida nesse DAT pelo Centro de Competência Embrapii-CPQD em Open RAN, que implantou uma rede privativa 5G baseada em tecnologia Open RAN (rede de acesso por rádio aberta).

Em operação há três anos, o DAT de São Miguel Arcanjo conta com uma infraestrutura de conectividade rural implantada pelo CPQD em parceria com o provedor local SMANET, que proporciona aos produtores da região acesso à internet, além de diversas aplicações e serviços de agricultura digital. Essa infraestrutura combina várias tecnologias de conectividade sem fio – entre elas, uma rede privativa 4G LTE/250 MHz da Trópico, para a comunicação com tratores e máquinas agrícolas.

Com a rede privativa 5G Open RAN, os produtores rurais de São Miguel Arcanjo passaram a dispor de capacidade de banda elevada, que permitiu o acesso a aplicações avançadas – como a operação remota de drones, por exemplo, para a inspeção de cultivos, detecção de pragas e a aplicação de insumos agrícolas. Para o Centro de Competência Embrapii-CPQD, o piloto teve como objetivos validar a flexibilidade das redes de acesso abertas e desagregadas (Open RAN) e, também, realizar testes de campo da nova tecnologia IAB (Integrated Access and Backhaul), que adiciona um repetidor inteligente à rede, ampliando sua cobertura.

“A principal vantagem dessa tecnologia é que permite cobrir áreas de sombra utilizando parte do espectro sem fio destinado ao acesso para a conexão de backhaul com a estação radiobase. Isso dispensa a necessidade de instalar fibra óptica em cada nó de acesso do backhaul e amplia a área de cobertura da rede, com o uso mais eficiente dos recursos do espectro”, explica Gustavo Correa Lima, diretor de Tecnologia e Inovação do CPQD.

Outra inovação tecnológica testada na experiência em São Miguel Arcanjo foi o uso de equipamentos de rádio de fabricantes diferentes, com agregação de portadoras em faixas de frequência distintas – o que comprova a flexibilidade da arquitetura Open RAN. O diretor ressalta que esse é o primeiro piloto de rede 5G na frequência de 700 MHz com agregação de outra banda, de 2,5 GHz. Na faixa de 700 MHz, que opera em FDD (técnica que permite a transmissão e recepção de sinais simultaneamente utilizando bandas de frequência diferentes), estão sendo usados rádios da Comba. Em 2,5 GHz, que opera em TDD (utiliza divisão do tempo para a transmissão e recepção de sinais pela mesma banda), os rádios são da Sunwave.

O core dessa rede privativa 5G é a solução C2n, desenvolvida pelo CPQD, que teve o plano de controle instalado na nuvem pública da AWS – o plano de dados operou na borda da rede. “A flexibilidade da arquitetura Open RAN para operar com diferentes fornecedores, quando somada à desagregação das funções do core entre nuvem e borda, muda o paradigma das redes móveis. Mostramos que é possível criar uma solução completa de ponta a ponta, ao mesmo tempo flexível e robusta, o que beneficia diretamente os prestadores de serviços locais interessados em assumir a operação”, afirma Eduardo Melão, coordenador de PD&I na área de comunicações sem fio do CPQD.

O Projeto Semear Digital é uma iniciativa liderada pela Embrapa, que tem o CPQD como uma das instituições fundadoras. Seu objetivo é levar soluções inovadoras, baseadas em tecnologias digitais, para pequenos e médios produtores rurais de todo o país. Para isso, foram instalados dez Distritos Agrotecnológicos (São Miguel Arcanjo é um deles) em diferentes regiões do Brasil, contemplando diversos tipos de atividade agropecuária e de recursos naturais disponíveis. O DAT funciona como um piloto de fazenda inteligente, que permite testar e validar tecnologias habilitadoras para o desenvolvimento de soluções específicas para cada realidade.

Compartilhe
esta notícia:
vlibras